quarta-feira, 4 de março de 2009

CARTILHA

De origem secular e por definição, "cartilha é um livro para aprender a ler; compêndio elementar ou rudimentos de arte, ciência ou doutrina; maneira de ser e viver; padrão, modelo, etc...". Como se percebe, está vinculada - entre outras coisas - à educação, da qual já se afasta, cedendo lugar à modernização do ensino, mas de forma um tanto despreocupada com possíveis efeitos a posteriori.
Existem, porém e evidentemente, regras e noções elementares a observar e seguir. Quem tem e educa filhos sabe muito bem disso. As ações, obviamente, devem ter flexibilidade, repartindo (dividindo) o bloco com as opiniões alheias, desde que estas não se unilateralizem, sob pena de tornarem-se cartilha, pela via radical da soberania arbitrária.
Quando se bitola à mesma regra, há uma tendência natural das opiniões, das doutrinas ou das teorias serem comuns, ou seja, afins, numa espécie de catequese ou lavagem cerebral.
Alguns entendem e imaginam haver sempre alguém ou alguma instituição onde a intransigência é a lei, mesmo não sendo. Tanto é verdade que, diante disso, questionam e excedem limites para impor seus tipos de regras, antepondo-se à coerência equilibrada dos dois pesos e duas medidas. Estariam editando uma cartilha?
O bom senso sugere o nível sensato no modus operandis, estabelecendo dosagem idêntica, isto é, nem tanto ao mar e nem tanto ao rochedo, capaz de agradar a gregos e troianos, mantendo, todavia, o foco, direcionando-o ao bom senso e à sabedoria.
A propósito, um mundo de coisas ainda conserva sua "cartilha" original. Cite-se, en passant e a título de exemplo, o jogo de Xadrez, cujas regras remontam à invenção, já perdida no tempo. Isto, porém, não significa inflexibilidade ou estagnação, mas mostra o nível e o grau de credibilidade, tanto que está se proliferando pelas redes mundiais de ensino e até nas terras tupiniquins, mas nestas em ritmo de cágado.

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