segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Além...

Está em casa? Então olhe ao redor... Num relance percebe quanto há à volta, começando pelo conforto? Muito, não?

Pois é, certamente está tudo ao alcance, bem organizado e onde descortina o seu toque de arte, tornando o conjunto harmonioso, além de aconchegante. São assim as nossas casas e sob esta ótica não há do que se queixar, não é mesmo?

Mas na próxima saída, independente do modo, detenha-se e focalize bem algumas coisas pelo caminho. Na paisagem do trajeto talvez encontre algum inquilino da intempérie, lugar comum nos grandes centros. Observe bem, pois este, salvo exceções, também possui coisas ao redor, entretanto, em número sensivelmente inferior à dezena, quiçá próximo à unidade. Entre a infra-estrutura, para compor o habitat, estão, em geral, restos de papelões, amorfos e resultado de desmontes, além de folhas de jornais amarfanhadas e quase irreconhecíveis. Não raro, um cão magrelo e anônimo é seu fiel companheiro.

O personagem ficcional abordado aqui, na verdade, existe, mas goza de anonimato, porque sequer se sabe seu nome ou a razão daquele modus vivendi.

Às vezes até goza do aconchego de algum albergue, onde recebe tratamento diferenciado, uma alimentação saudável – mesmo não sendo lauta. Todavia, é uma situação efêmera, não excedendo, quem sabe, parcas horas. Entretanto, melhor isso a nada, não é?

Enfim, será que veremos tais situações sempre da mesma forma, isto é, além, muito além?...

Independente das causas e embora não sejamos a solução, poderíamos ser, no mínimo, o caminho do primeiro passo.

2 comentários:

  1. Realmente pura realidade. Que atitude tomar diante destas situações se não sermos solidários com o outro, e fazermos a nossa parte, não importa o tamanho que seja.
    Abraços de Luz!

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  2. Infelizmente, um fato comum em ruas de cidades brasileiras de todos os tamanhos.

    Bom texto. Keep up the good work, sir. :)

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